Vidas interrompidas: a violência que tira o futuro de crianças e adolescentes
15 setembro 2023 | Escrito por Comunicação Agenda227 |
Da violência sexual às mortes por bala perdida, crianças e adolescentes estão expostos a uma rotina de sofrimento.
Imagem: print da publicação no site Vermelho
“A violência atravessa a nossa história e se naturaliza nos nossos corpos” – a afirmativa é de Lucas Lopes, integrante do Grupo de Coordenação e Articulação da Agenda 227, em entrevista ao site Vermelho.
Em publicação desta semana (12/09), Priscila Lobregatte apresenta um panorama das mais diferentes violências a que são submetidas crianças e adolescentes brasileiros.
A jornalista abre a reportagem relembrando as mortes de Thiago Flausino, 13 anos, morto em agosto com cinco tiros, na Cidade de Deus (RJ), e de Heloisa da Silva que, com apenas três anos, foi vítima de uma ação da Polícia Rodoviária Federal, também no Rio de Janeiro – a criança segue internada em estado grave.
Dados do Anuário 2023 do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, apresentados na reportagem, mostram que houve uma redução, em 2022, de 2,6% nos números absolutos de assassinatos de crianças e adolescentes em relação a 2021. Apesar da queda, o número de mortes continua alarmante: 2.489, quase sete por dia. Deste total, 358 foram vítimas durante intervenções policiais, com idades entre 12 e 17 anos.
O levantamento ainda aponta que as mortes por policiais foram responsáveis por 15,7% do total de crimes letais e que a desigualdade racial se reflete nos números: “Enquanto 67,1% das vítimas de zero a 11 anos são negras, esse percentual sobe para 85,1% na faixa etária de 12 a 17 anos” (Anuário 2023).
A violência contra crianças e adolescentes, no entanto, passa por outras esferas que também são abordadas na reportagem, como as das violências sexual, doméstica e nas escolas. Indiferente ao contexto, os resultados são sempre traumáticos, impactando tanto o presente quanto o futuro das vítimas.
Na entrevista, Lucas Lopes faz uma análise de algumas ações governamentais, citando o Plano Plurianual 2024-2027: “já identificamos o atendimento às crianças e adolescentes como uma agenda transversal. Isso significa que todas as políticas e programas em todas as áreas do governo deverão observar essa população, as suas especificidades e os direitos que estão assegurados na legislação. O que precisa ser feito, agora é uma análise atenta de como isso se dá nos programas e nas políticas públicas, como isso se traduz depois em serviço, em atendimento, em projeto, em iniciativa nos entes federados, olhando na ponta onde as crianças e adolescentes estão, que são os municípios” – afirma o integrante da Agenda 227 e coordenador da Coalizão Brasileira pelo Fim da Violência contra Crianças e Adolescentes.
A íntegra do conteúdo você pode acessar no site Vermelho.
Descrição da imagem: banner retangular, print editado da publicação no site Vermelho. Sobre fundo branco, na parte superior, à esquerda, identificação visual do site com a imagem de um galo e o texto VERMELHO, ambos na cor vermelha. Abaixo, centralizada, a foto de pessoas com expressão triste. Elas estão na frente de um banner com a imagem do adolescente Thiago Flausino e o texto “#Justiça para Thiago”. Logo abaixo, à direita, o crédito da foto com o texto “Tânia Rêgo/Agência Brasil”.
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